terça-feira, 22 de dezembro de 2009

É tempo de festa?





























Pois é, é tempo de paz - mentira! Todos estão juntos num só pensamento - outra mentira deslavada! As crianças do mundo estão ansiosas a espera de presentes - mentira outra vez! Bom, já chega!

Todos nós sabemos que, entra ano, sai ano, o mundo piora. O efeito estufa está aí , mas ninguém tá nem aí! Os judeus e os Palestinos continuam a se digladiarem. Os capitalistas continuam a ganhar dinheiro, - as putas também! Os bancos continuarão a quebrar e f... com meio mundo, enquanto os governos pagarão o prejú - quer dizer, o povo. A direita fica mais a direita, enquanto a esquerda ficará mais tonta. O segredo da Coca continuará em segredo, enquanto em todo planeta continuarão a se perguntar como o pastel de Belém é feito. Ou seja, vai continuar tudo na mesma merda de sempre. Comemorar o que então? Quem sabe, o fato de continuar vivo, sem ser abatido por uma "bala achada", ou não tomar um peteleco no meio da cara dentro do carro, mas isso tem um lado bom: você terá o seu momento de fama no programa do Datena ou do Ratinho.

Enfim chegou a época mais festejada do ano, depois do carnaval, depois do futebol e depois das eleições, - esta última só comemora políticos e doadores de verba pros caixas dois.


Assim é assim será, tenham um feliz natal, mas só se puderem, é claro!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu, Lisa Mansel e o Punjabi ou A universalidade de um escrito.























Durante esta semana, estive pensando nessa coisa de “escrita universal”. O que é isso? No meu humilde entender, é a escrita compreensível a uma grande variedade de pessoas de diversas nacionalidades. É quando sua escrita atinge indivíduos de culturas diferentes da sua. Foi exatamente isso que aconteceu com um roteiro de curta metragem que escrevi há alguns anos atrás. http://www.simplyscripts.com/scripts/FlowerstoLisaMansel.pdf
Esse fato em especial, - houve outros -, me proporcionou uma grande satisfação pelo fato de advir de uma discussão entre estudantes de cinema de uma instituição de ensino, não do Brasil, nem dos Estates, ou até mesmo da América Latina, mas no Paquistão. É isso aí, estudantes do Punjabi. Por isso, decidi dividir o conteúdo do email de um dos estudantes envolvidos na discussão. Fiquem tranqüilos, pois ele me permitiu publicar o conteúdo - como vocês poderão constatar- , com todos que por aqui passam. Aqui está:

Dear Mr Cordeiro,

I am a student of film making in University of Punjab, Lahore, Pakistan. I came across your script "Flowers To Lisa Mansel" it is a beautiful short script. I was having a discussion about it with my friend but we came to a hault according to me the script takes place in atleast two different days one when he gets up takes shower buys bouquet and goes to the graveyard
and the other day when he is walking in street, buys flower and goes to Lisa Mansel's Place and then there is also a flash back of a previous incident with Lisa Mansel

My Friend disagrees and says its the same day and the girl on the door receiving flowers is not actually Lisa Mansel, Malcolm realizes at that moment that she had died and than buys the flower again and goes to graveyard.

Can you please clarify our confusion we will highly appreciate it. your contribution can help us become good filmmakers.

waiting for your reply

Thank you
Farewell
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Umar Amin Qureshi
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Dear Mr Cordeiro,
You can post my question and i will be glad if my question helps answering others. I am trying to become a filmmaker and i hope all doing the same and all who already are successful can help each other out.

All of us can learn from each other.

Thank you
Farewell
--
Umar Amin Qureshi

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sim, Felipe Damo para prefeito! Por que não?



















Um dia antes de retornar de Buenos Aires, impregnado de pensamentos acerca de política e, principalmente, com toda a repercussão que o governo de Lula tem causado na Argentina e mundo afora, terminei sonhando sobre o assunto: política. Só que o sonho não se referia à Argentina, mas à cidade onde vivo: Itajaí, Santa Catarina.

O sonho foi tão interessante que, ao acordar, imediatamente resolvi escrever o que ainda lembrava dele. Aliás, segundo a minha mulher, eu lembro de quase tudo que sonho. Relato-os como se fossem histórias, daquelas lidas para entreter os sobrinhos ou netos, em dia de muita chuva e frio, em frente à lareira. Eu havia sonhado que Felipe Damo era o novo prefeito de Itajaí.

Bom, resolvi não descrever o sonho em si, mas escrever o que penso sobre a candidatura de meu amigo Felipe Damo à prefeitura de Itajaí, caso, quem sabe, ele decida se candidatar ao cargo um dia.

O que faz um bom e eficiente alcaide? São tantas as coisas que além das virtudes, também algumas atitudes pouco simpáticas, que podem, muitas das vezes, serem alcunhadas como defeitos antipáticos às vistas do povo. Eu, particularmente, acho que é preciso mudar os conceitos acerca da , digamos assim, profissão. É, profissão porque, de um modo ou de outro, os que exercem esta atividade, estão sendo remunerados pelos seus serviços. Assim, vejo que se trata de uma atividade profissional como qualquer outra.

Estou postando este artigo, ou reflexão, como queiram, porque por esses dias em que estive fora do Brasil, pude rever algumas coisas, relacionadas à vida na cidade que escolhi ou não, como diria o Veloso, para viver. Lá se vão quase 9 anos aqui vividos, observando os entremeios da vida política e cultural da cidade. Hoje chego á conclusão de que Itajaí precisa mudar. Mudar em todas as áreas. Principalmente, naquela referente à política e, particularmente, na prefeitura do município. Se hoje me indagassem em quem eu votaria para prefeito da cidade, eu não teria dúvida nenhuma e diria de boca cheia, sem medo: Felipe Damo.

Talvez esta revelação possa constranger muita gente da cidade. Todavia, eu justifico a minha escolha - cega, vocês diriam. Claro que é uma simples e humilde opinião de cidadão, mas que representa o meu pensamento acerca do assunto que posto. Por que Felipe Damo? Porque se trata de um jovem que em minha opinião, tem todos os requisitos para fazer uma mudança significativa na prefeitura de Itajaí. As mudanças que sua população espera, mas não tem voz para reclamá-las.

Damo tem a idade certa para assumir tal cadeira e olhar os problemas da cidade com os olhos de quem já tem uma boa experiência, tanto na política, como na vida comum de qualquer cidadão. Ele é pai, é amigo, é um militante equilibrado dentro de suas hostes políticas e tem um senso de justiça, que falta a alguns pretendentes ao cargo - assim como falta aos ex-ocupantes do mesmo. Damo, é humanista, mas também é pragmático. Indivíduo organizado e zeloso. Articulado. Fala com convicção do que pensa. Orador como ninguém. Quem o vê declamando seus poemas como de outros poetas sabe do que eu falo. Negociador nato. Sabe ponderar quando necessário. Tem um pensamento positivo sobre a cultura e sabe o que falta pra fazê-la solidária e exitosa pra sociedade de Itajaí. Damo é nascido no seio de classe trabalhadora, descendente de Italianos, onde os valores familiares são fortes, contudo, não tão fortes que não possam ser flexíveis diante dos interesses públicos. Seus valores, me parece serem os mesmos de qualquer cidadão honesto desta comunidade.

Assim, lanço a sua candidatura à prefeitura da cidade de Itajaí, sem medo de errar em minha proposta. Tenho a convicção de que Felipe Damo faria um grande e inesquecível governo e que Itajaí daria um passo para fora da mesmice e inércia em que vive há muito tempo. O povo itajaiense merece o melhor. O melhor, neste momento é o jovem atual presidente do PT, jornalista, poeta e cronista, Felipe Damo. Quiçá o futuro prefeito de Itajaí.

Pois é, sonho é isso mesmo. Revelam nossos mais profundos desejos. Espero, sinceramente, que esse, em particular, venha se tornar realidade um dia. Sim, Felipe Damo para prefeito! Por que não?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

?Olá, que tal?

















Pois é, foi a frase que mais escutei o tempo todo por onde eu andava na terra de Jorge Luís Borges, Maradona e Evita Duarte Perón. Assim, foi também, em terras “uruguajas”, sobre as quais falarei em outro tópico.

Nunca havia eu viajado além das nossas fronteiras com os países da America do Sul. Pela primeira vez, pude ver a nós mesmos brasileiros, como se fosse através de um espelho, com apenas umas pequenas diferenças, como a língua e a falta de um toque afro na tez. No mais, tudo tem a ver com a gente. Na realidade, eu penso, fazemos parte de um só corpo: a América do Sul.


Além dessa constatação, quando estava retornando ao Brasil, me veio à mente a viagem reflexiva e elucidativa que fez um jovem argentino nos anos 50. Um burguês de classe média, recém médico, chamado Ernesto Guevara de la Serna (1928-1967). Claro, eu não sou ele e, além disso, sua viagem aconteceu em outra época, mas pude enxergar através da Argentina e Uruguai, que a América do Sul quase não mudou desde o tempo em que Ernesto a rodou em cima de uma motocicleta. O povo latino-americano continua sendo explorado. E foi isso que mexeu com aquele jovem argentino e também com esse humilde pernambucano que lhes escreve. Mas vamos ao que interessa: o que eu vi na cidade de Buenos Aires.

Ao perambular pelas calles portenhas, pude imaginar por que a chamavam de a “Paris da América do Sul”. A capital dos argentinos ainda ostenta uma beleza arquitetônica que, quem sabe, provavelmente não existe em outras capitais da América do Sul. Os edifícios antigos são um grande exemplo do quão forte foi a influência da arquitetura européia. Fiquei realmente deslumbrado com as edificações, principalmente as do início do século passado, cujas fachadas exibem as diversas tendências do que havia de melhor no velho continente. Detalhe: os nomes dos arquitetos que as planejaram estão gravados em seus frontispícios. Claro, existem edificações de mau gosto. Existem prédios moderníssimos também, como por exemplo, os que estão na região portuária, que foi revitalizada: Porto Madero. Lá foi feito um belo trabalho urbanístico. Projeto elaborado pelos setores público e privado. Outra coisa: chamaram-me a atenção, suas avenidas anchas - como as denominam os portenhos -, com relevância em especial para a maior delas: a Avenida 9 de Julho. Uma visão que me pegou de jeito. Foi como se ela fosse uma grande ópera cujo grandfinale terminasse no seu obelisco, monumento que foi erigido em 1936 em comemoração ao quarto centenário da fundação da cidade.

Pode ser que, quem agora esteja lendo estas linhas, me venha censurar, por eu estar elogiando assim, com tamanha ênfase, a capital dos argentinos, mas confesso que aquela cidade me fisgou.

Eu sei que os portenhos ainda carregam um ar de soberba com eles, mas creio que muito menos agora, neste momento em que a situação econômica do país passa por uma crise, em que o governo da Sra. Cristina Kirchner anda em baixa na opinião de muitos dos argentinos. Eu mesmo pude constatar tal situação ao indagar os taxistas, porteiros e outros tipos, principalmente, de trabalhadores comuns. Eles estão deveras descontentes com a gestão da “La Señora”. O seu partido perdeu algumas cadeiras no congresso e está em minoria agora.

Ah, por falar na presidenta, visitei a Casa Rosada. Uma edificação que parece, mal comparando, o Palácio de Buckingham em cor rosa. Visitei o palácio presidencial e constatei a suntuosidade e beleza de suas dependências. Pude sentir, ao observar todo seu interior, que aquele país viveu momentos de glória como poucos países na América Latina. Os salões são amplos, com móveis ricos em detalhes; colunas com adereços em ouro. Vitrais coloridos ornam os acessos aos salões. Verdadeiras obras de arte compõem seu interior.

A sua guarda é poliglota. Os jovens cadetes todos empertigados dentro de seus bem cortados uniformes em azul e vermelho - nada daqueles trajes “o defunto era maior” que aparecem nos filmes “Made in USA” sobre “los chicanos”-, nos guiavam através dos diversos ambientes do palácio governamental. Confesso que fiquei matutando como vivera Evita e Juan Carlos Perón naquela casa; os dois andando pelos corredores daquele palácio e tomando um fresco no belo jardim de inverno que existe no interior da casa, discutindo banalidades e também o futuro dos argentinos. É pena que não nos foi permitido entrar no salão que dava para o balcão onde ela, Evita, saudava o povo como se fosse uma deusa, ou melhor, uma santa viva. Aliás, fui ao famoso Cemitério da Recoleta, onde seus restos mortais descansam.

Ainda falando de política, achei super engraçado, o fato de um taxista me pedir emprestado Lula por dois anos – “Solamente por dos años!” - disse ele. Ele queria o nosso presidente torneiro mecânico para colocar as coisas nos eixos em seu país. O que mostra que Lula anda mesmo em alta, mundo afora.

Outro fato que me chamou a atenção foi que, antes de sair do Brasil, o meu amigo, o historiador Miguel Angel Rodriguez, um apaixonado e estudioso de Jorge Luís Borges, me encomendou alguns títulos do filósofo, poeta e pensador argentino. Esta tarefa que ele me deu me proporcionou uma incrível constatação: a de que Buenos Aires tem mais livrarias do que no Brasil inteiro! Somente na Av. Corrientes contei umas vinte, só no perímetro entre a Florida e a avenida que me conduzia ao hotel onde estava – Av. Callao com Calle Bartolemé Mitre. Fato impressionante, sem dúvida. Detalhe: todas as livrarias estavam quase sempre cheias de gente. Ou seja: o argentino de Buenos Aires gosta mesmo de literatura. Nós brasileiros devíamos seguir este bom exemplo dos hermanos.

Com relação à comida, cheguei à triste constatação de que, tal qual os gaúchos do nosso querido Rio Grande do Sul, os argentinos são comedores vorazes de carne de boi - só fui comer peixe em Montevidéu. Todavia, entrei um pouco na deles, o que me proporcionou, num dos dias, um mal estar daqueles, suficiente para não ir com um grupo de amigos para uma noitada no famoso Café Tortone, para assistir e ouvir Tango. Tive que me recolher ao meu quarto de hotel, depois de ingerir um efervescente e muita água mineral. Todavia, também pude experimentar suas boas ceverzas e seu famoso Fernet con Coca, além de alguns bons vinhos de Mendoza de que, em parte, eu já conhecia a boa qualidade.

Outra constatação, que me chamou a atenção, foi o fato de ser bajulado em todos os centros comercias de Buenos Aires, como se rico fosse. Fato que me lembrou do tempo em que nós brasileiros é que os bajulávamos, quando sua moeda era forte tanto quanto o dólar americano. “És la vida, hermano. Ou melhor, “son las malas administraciones de los gobiernos Menem e Kirchner”, diriam os argentinos.

Bom, de modo geral, gostei de ter conhecido Buenos Aires. Sem dúvida faltou muita coisa para conhecer na Argentina, eu sei, mas quem sabe em outro momento poderei fazê-lo, pois eu penso em volver allí, assim que puder.

No fundo, lamentei toda a situação por que estão passando nossos hermanos, mas mesmo em baixa, eu senti que eles ainda são uma gente briosa, com um senso de luta muito presente. Não se rendem facilmente. Lutam até o último momento. Por isso, é que nós, brasileiros preferimos pelear con ellos pelo grande combate que eles proporcionam durante todas as peleas em que nos enfrentamos, no fútbol, i claro.