domingo, 28 de fevereiro de 2010

O Valor do Livro, da Leitura e da Literatura

















O VALOR DO LIVRO, DA LEITURA E DA LITERATURA

Por Neida Rocha [1]

“A média anual de leitura do brasileiro é de 1,8 livro per capita”. (PNLL, 2007, pág. 26)

"A citação acima demonstra a necessidade de uma preocupação com a situação do brasileiro com relação a sua postura de leitor, e com essa preocupação em mente, surge no cenário nacional o Programa Nacional de Livro, Leitura e Literatura (PNLL).

O PNLL é um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em desenvolvimento no país, empreendidos pelo estado (em âmbito federal, estadual e municipal) e em parceria com a sociedade. Sua prioridade é transformar a qualidade da capacidade leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia-a-dia do brasileiro.

Debruçada sobre essa situação, permiti-me fazer uma reflexão sobre o que nós, escritores, estamos fazendo, para contribuir no que tange a esse árduo caminho que é desenvolver o país como sociedade leitora, além de colocar nosso livro embaixo do braço e tentarmos empurrar goela abaixo, como se esse fosse o “livro do ano”.

Percebo que o papel aceita qualquer verdade escrita, e em teoria essa fala é bonita, mas como podemos efetivamente colocar em prática essas ações e pararmos de rodar em volta do próprio umbigo?

Na posição de Escritora, penso que minha missão é incentivar o meu próximo à prática da leitura e à reflexão e aqui minha preocupação maior é com os jovens.

Avalio também a importância da formação de grupos literários com a finalidade de trocas de experiências e união de vozes (e escritas) para que haja eco e, unidos, consigam, respeitando as diversidades, transformar a realidade brasileira que é rica em oralidade para a dimensão escrita.

Para a alteração no quadro existente, urge seguirmos os eixos de ação tão bem definidos no PNLL, destacando:

No tocante a democratização do acesso, faz-se necessária a implantação de novas bibliotecas, fortalecimento das existentes e com isso conquistar novos espaços de leitura e melhorias do acesso aos livros.

No fomento à leitura e à formação de mediadores, faz-se necessário a capacitação de mediadores da leitura, bem como oficinas de criação literária para crianças e jovens e encontro com autores.

Na valorização da leitura e comunicação, a criação de campanhas de valorização do livro, através da mídia e em Feiras de Livros, com testemunhos de formadores de opinião sobre experiências com livros e leitura.

No desenvolvimento da economia do livro, a criação de linhas de financiamento para a edição de livros e fomento à distribuição, circulação e consumo de bens de leitura, com concessão de prêmios e bolsas de criação literária oferecendo apoio aos escritores, bem como estímulo para a produção nacional visando o consumo interno e o exterior.

Para a concretização dessas práticas, precisamos instituir uma política cultural municipal, criando o Plano Municipal do Livro, Leitura e Literatura que enfatiza a dimensão simbólica, cidadã e econômica como um todo, onde cada produtor de arte, respeitando suas especificidades, poderá ser ouvido e colocar em debate suas ansiedades, fazendo valer seus direitos de cidadão.

Portanto, nossa participação, enquanto escritores, é fundamental na produção de bens materiais (livros), instrumento essencial para despertar, através dos textos, o prazer da leitura e a imaginação do leitor, personagem principal de qualquer instrumento da escrita e isso será viável, havendo a união da classe, para que consigamos concretizar as metas do PNLL que é o fomento à criação do Plano Municipal do Livro e Leitura."



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[1] Escritora, Delegada Suplente da Cadeia Criativa da Pré Conferência Setorial do Livro, Leitura e Literatura.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

E por falar em alegria...











Aproveito o carnaval para apresentar uma reportagem que saiu no Jornal do Commercio de Recife que diz que Pernambuco tem tudo a ver com Cuba. Ambos os povos são alegres, musicais e revolucionários. É só conferir o que diz a reportagem de José Teles:


Uma tributo à cubana
Publicado no Jornal do Commercio em 14.02.2010

A 30ª edição do Festival do Caribe, de 3 a 9 de julho em Santiago de Cuba, homenageará Curaçau e Pernambuco

José Teles
teles@JC.com.br

“Pernambuco Nação Cultural” este ano será mais do que uma expressão. A 30ª edição do Festival do Caribe, que acontece de 3 a 9 de julho em Santiago de Cuba, homenageará Curaçau e Pernambuco. Será a primeira vez em que um Estado, e não um país, recebe a homenagem. Esta semana, o presidente da Casa do Caribe, Orlando Verges, e o gerente geral da Paradiso, agência estatal de turismo cultural, Rolando Soto, estiveram no Recife para conversar com a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, sobre a participação pernambucana no festival, cujo embrião está numa visita feita, em 2005, por Nilton Pereira, da TV Viva, à ilha caribenha, para o Festival do Caribe.

Desejando retomar contatos, ele filmou artistas populares cubanos com mensagens para artistas populares pernambucanos.

No ano seguinte, Orlando Verges veio ao Brasil e conheceu artistas populares pernambucanos. Os laços entre Cuba e Pernambuco estreitaram-se em 2008 quando o Estado participou da 28ª edição do Festival do Caribe e, no ano passado, quando uma delegação cubana, com a presença do Ministro da Cultura, veio ao Recife com vários artistas do país, para apresentações na cidade: “Desde o início, para nós, Pernambuco é a entrada do Caribe para todo o Brasil”, afirma Raimundo Soto, da Paradiso, listando as semelhanças entre seu país e Pernambuco: canaviais, o espírito libertário, a música, as festas. Com o que concorda o compatriota Orlando Verges: “Nossas formação étnica é praticamente a mesma, com exceção do índio, que em Cuba foi exterminado no começo da colonização. Há muitas manifestações parecidas. Aqui vocês tem o maracatu, e em Cuba temos o Cabildo de la Nación, que são antigos grupos negros. Feito no Maracatu eles tem reis, rainhas, cortejo com tambores”. Esta identificação entre os dois povos está documentada no vídeo produzido pela Fundarpe intitulado Hermanos, realizado na primeira visita da delegação pernambucana à ilha.


Verges vê semelhanças insuspeitadas entre a rumba e o coco: “Os ambientes sociais onde nasceram são bem parecidos”. Enquanto Soto aponta para outra faceta que Cuba e Pernambuco têm em comum: “É a cultura da resistência. Esta atitude rebelde, que os pernambucanos sempre tiveram na história do Brasil”. A Paradiso, que faz parte do ministério da Cultura cubano, é especializada em turismo cultural: “É um turismo participativo. Quem viaja com a gente tem as melhores opções culturais de Cuba”, diz Soto adiantando que está negociando com uma operadora a possibilidade de voos charters de Pernambuco para Cuba: “Nossa estratégia é começar esta ligação cultural com o Festival do Caribe. Mas durante o ano temos 40 eventos culturais em Cuba, não apenas dedicados à música, mas também às outras manifestações como cinema, literatura, dança, teatro”, diz Soto. A Paradiso não se ocupa apenas do turismo cultural, mas mantém um amplo leque de atividades vinculadas, todas relacionadas com a cultura. Por exemplo, um espaço para o ensino da língua espanhola em cujas aulas a cultura é enfatizada. Tem também uma Escola de Arte e mais de 40 instituições pelo país: “Oferecemos também opções culturais, diurnas e noturnas, e publicamos uma revista, também com uma página na Internet, continua Soto Como a situação econômica de Cuba é mais do que delicada, seria uma rota turística de uma mão só. No entanto, Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe, ressalta que o objetivo não apenas turístico: “Eles têm muito a nos ensinar na área de turismo que tem como base a cultura”. A participação no Festival do Caribe, aponta ela, vai além de levar a produção cultural para um outro país:

“Luciana Azevedo diz que se deve admirar um país do tamanho do estado de Pernambuco que conseguiu Com que os olhos do mundo se voltassem para ele: “A participação de Pernambuco no Festival do Caribe é muito importante, ainda mais sendo um dos homenageados. O evento recebe pessoas de 25 países, toda imprensa internacional aporta em Cuba por causa de sua diversidade cultural. Como este festival é transmitido para muitos países, Pernambuco é colocado numa vitrine tanto cultural quanto turística. Enfim, estamos vendendo Pernambuco para um tipo de turista que consome cultura”.

Durante a realização do Festival do Caribe 2010, haverá uma Casa de Pernambuco em Santiago. Ali acontecerão mesas redondas, simpósios. A apresentação da cultura do Estado irá da culinária à música.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

É HOJE DIA 12, LÀ NO MERCADO VELHO DE ITAJAÍ A PARTIR DAS 22 HORAS!
































Samba Enredo do Bloco Filhos de Maria do Cais Edição 2010


Maria do Cais
por RUI BITTENCOURT


Baronesa da beira do rio
do rio e das docas...
e das docas de cargas gerais
do porão ao convés...
do convés do navio anuncia:
(navio da costeira)
- Sou Maria Primeira!
- Sou Maria do Cais!
“a rainha do cais”

Protetora da beira do rio
afilhada dos Santos
e do Povo das Águas
... missionária do amor,
pela causa dos seus
Maria se dava...
...dava, dava...

Soberana da beira do rio
adorada da Estiva
e dos desamparados ...

todo o mês de
fevereiro
Maria sorria
largava o seu fardo
deixava a tristeza de lado

todo o ano em
fevereiro
Maria sabia
podia sonhar
reviver seu passado ...

Há quem diga
que existiu um grande amor
nesta estória

Um pescador de olhos claros
foi pro mar
e não voltou


... e vagava
entre as ondas destas praias
noite e dia
e no corpo de outros homens
retornava
para os braços de Maria...

Mas
sempre chega o
Carnaval
alegria geral
fantasia, aguardente

Meninas amáveis
nos bares do porto
rapazes alegres
e a moçada contente...

Mas
sempre chega o
Carnaval
há um ensaio final
pra delírio geral
no estaleiro
dos Ramos

Lua alta, céu risonho
sardinha na brasa
cachaça no copo
e
sorriso no rosto
do povo..

Lua alta, céu risonho
sardinha na brasa
cachaça na cara
e
malícia na boca
do povo...

( ... da baronesa...)