terça-feira, 29 de março de 2011

Bolsonaro X Brasileiros


















Gente, do céu e da terra, foi com muita indignação que li esta notícia saída no Jornal O Globo e postada no blog de Luís Nassif. É mesmo lamentável que um parlamentar da nossa câmara federal dê esse tipo de declaração nos dias de hoje, aliás, coisa comum na época do Brasil colônia e durante a vigência da ditadura militar, a qual este funcionário público, pago com o dinheiro do povo do Brasil, serviu. Cabe a nós todos, repudiarmos esse tipo de declaração e, principalmente, a presença de homens (!) desse porte dentro do Congresso Nacional.

Fala Bahia! Fala Brasil!

(PS. Bem que a ilustração deste post, poderia estar representando a saída do referido deputado da câmara federal, né mesmo?)

O inacreditável Jair Bolsonaro

Enviado por luisnassif, ter, 29/03/2011 - 12:01

De O Globo

Bolsonaro diz que seus filhos não 'correm risco' de namorar negras ou virar gays porque foram 'muito bem educados'

O Globo

RIO - O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter após uma polêmica entrevista ao programa CQC, da Band. Ao participar do quadro "Povo quer saber", em que respondeu a curiosidades do público, o deputado disse que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou virarem gays, porque "foram muito bem educados".

- Não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco. Os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu - disse Bolsonaro, em resposta a uma pergunta da cantora Preta Gil.

Sobre como encararia a homossexualidade de um filho, o deputado voltou a repetir que "não corre este risco":

- Isso nem passa pela minha cabeça. Eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro este risco.

Numa entrevista em que disse que seus gurus na política são todos os presidentes da ditadura militar, Bolsonaro falou também sobre uma possível participação em uma parada gay:

- Não iria porque não participo de (eventos para) promover os maus costumes. Até porque acredito em Deus, tenho uma família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo, senão a nação simplesmente ruirá.

Em seguida, o parlamentar respondeu por que é contra as cotas raciais, adotadas em várias universidades brasileiras.

- Todos nós somos iguais perante a lei. Eu não entraria em um avião pilotado por um cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista.

A forma como Bolsonaro agiria em relação a opções dos filhos foi questionada mais de uma vez pelo público. Em uma delas, perguntaram ao deputado o que ele faria se um filho fosse flagrado usando drogas.

- Daria uma porrada nele, pode ter certeza disso - disse o parlamentar, para responder em seguida se "torturaria" o filho pelo uso de entorpecentes: - Se agir com energia é torturar, vai ser torturado.

Antes de dizer que é "uma pessoa excepcional dentro de casa", Bolsonaro disse que detesta Cuba e que, por ele, Dilma Rousseff jamais seria presidente da República:

- Pelo passado dela, de seqüestros e roubos - afirmou, referindo-se à época em que a presidente fazia parte de grupos de esquerda que lutavam contra a ditadura.

Bolsonaro também enumerou os motivos pelos quais sente saudades do regime militar no Brasil:

- Do respeito, da família, da segurança e da ordem pública e das autoridades que exerciam autoridade sem enriquecer.

domingo, 27 de março de 2011

O ano em que a constituição do Brasil foi rasgada
















Pessoal, 1964 foi o ano em que os militares,  aqueles quem mais deveriam  zelar pela preservação e cumprimento da constituição de então, rasgaram-na, limpando seu rabos com ela.

1964 e o filho de Jango
Enviado por Luis Nassif, dom, 27/03/2011 - 09:17

Por João Vicente Goulart

Jango: o Golpe e a saudades do que ficou para trás.
(publicada em 26 de março de 2011)

"Sempre que se aproxima mais um 1° de abril, ano a ano vamos nos distanciando daquele 1964 e aproximando-nos de 2014, onde teremos nós brasileiros de fazer uma profunda reflexão histórica da lembrança dos 50 anos após, e ainda sentirmos o reflexo maligno produzido pelo Golpe de Estado, dado não contra Jango, mas contra a Constituição brasileira, contra o povo e contra as "Reformas de Base" que transformariam a economia de nosso país produzindo tal vez o maior avanço social que este país necessitava.

Como mudam os aspectos e as lembranças?

È só voltarmos um pouco na história e relembrar naquele ano a posse tumultuada do então Vice-Presidente por estar abrindo, em viagem oficial em agosto de 1961 o mercado da China para o Brasil; quase impedido constitucionalmente de assumir a presidência por estar no país comunista-Maoísta e ser recebido pelo próprio Mao quando da renúncia, ainda hoje não bem explicada, do Presidente Jânio Quadros.

Era uma ofensa aos bons costumes das elites aristocráticas do país, um vice-presidente brasileiro estar na China comunista, onde dizia a direita "comiam criancinhas" por lá, e poder assumir o cargo constitucional de Presidente da República, mesmo eleito para isto como determinava a nossa Constituição.

Nixon, o presidente americano, dez anos depois da viagem de Jango, teve que botar a cartola embaixo do braço e visitar a China, pois não podia mais ignorar o mercado consumidor e a potencialidade econômica daquele país, tendo que engolir a exigência de reconhecer Taiwan como província rebelde e estabelecer o comercio bilateral China-EUA.

Que visão teria Jango naquele momento?

A de construir para o Brasil uma alternativa comercial de independência econômica do eixo americano e dar potencialidade a economia nacional com outros parceiros no desenvolvimento de relações globais.

Tudo isto foi ignorado quando construiu-se um argumento para não lhe darem posse: se tinha estado por lá, era por que era comunista.

Hoje o Mundo mudou.

Hoje o maior credor dos títulos públicos americanos é o Governo da China.

Hoje o maior parceiro comercial do Brasil é a China, superando inclusive o comercio bilateral BRASIL-EUA.

Não bastassem essas acusações levianas e de cunho político, sabiam as elites que Jango era um árduo defensor dos trabalhadores e assim o tinha demonstrado quando em 1953, apesar de ter que deixar o Ministério do Trabalho de Vargas, legou patente os 100% de aumento no salário mínimo, conquista até hoje refletida no atual salário mínimo nacional, pois ainda traz embutida aquela correção.

Após muita discussão a respeito da posse e depois do memorável Movimento da Legalidade produzido e conduzido pelo então governador Leonel de Moura Brizola no Rio Grande do Sul, Jango consegue assumir através da emenda adicional N° 4, tirada dos porões do Congresso Nacional o regime parlamentarista, em uma manobra casuística, para tirar poderes constitucionais das mãos do Presidente Jango que sem dúvidas assumiria o comando da Nação levando consigo o seu compromisso com a classe trabalhadora do país.

Jango não traiu seus compromissos.

Depois de algum tempo de parlamentarismo parte para o plebiscito nacional pedindo a volta do presidencialismo.

Era início de 1963 quando o povo brasileiro em memorável consulta devolve a Jango os poderes presidencialistas com mais de 83% favoráveis ao SIM.

O Presidente João Goulart parte então para a transformação da sociedade brasileira através da proposta das "Reformas de Base".

Constituem-se elas na Reforma Agrária, na Reforma Educacional, na Reforma Urbana, na Reforma Bancaria, no controle da Remessa de Lucros das empresas estrangeiras para suas matrizes, e na desapropriação das refinarias de petróleo passando o controle da exploração e refino para as mãos da PETROBRAS, fundada pelo governo Vargas da qual Jango era herdeiro político.

"Mais uma vez" como pregava a Carta Testamento às forças da reação tornaram-se contra os interesses populares e começava então a conspiração para a derrubada do governo constitucional do Presidente Jango.

A união das forças civis e militares conservadoras de nosso país unem-se com os interesses multinacionais e exploradores do povo brasileiro e Latino-americano programando em 1964 o Golpe de Estado, financiado pela CIA e o Governo americano que posteriormente alastrou-se como dominó por todos os países democráticos da América do Sul servindo os interesses dos capitais internacionais.

Acusado mais uma vez de comunista, Jango caiu.

Mas caiu de pé, pois hoje, quase cinqüenta anos depois, vemos os exemplos comerciais que Jango queria instalados independentemente de colorações ideológicas.

Lamentavelmente ainda pairam sobre nós os interesses das elites, não nos permitndo ainda a distribuição de renda pretendida por Jango para a nossa população menos favorecida e nem tampouco permitindo o acesso ao crédito controlado pelo excessivo abuso dos banqueiros, de lucros escorchantes, encima de taxas SELIC de mais de 10% anuais sobre uma dívida interna superior ao trilhão de reais, que o Governo do Brasil tem de pagar religiosamente, suprimindo assim a sua capacidade de investir no desenvolvimento social da Nação.

Relembrar todos os 1° de abris a queda de Jango é relembrar de um patriota que morreu no exílio lutando por um país mais justo, mais solidário, mais digno para com seus cidadãos mais humildes, mais equitativo e com mais oportunidades para os mais desamparados, mais nosso, mais soberano e principalmente mais livre.

A saudade existe, quando existe a vontade de relembrar os valores perdidos, os valores a serem lembrados e reconquistados, os valores dignos dos homens que ficaram pelo caminho lutando por uma sociedade mais justa, com atitudes certas no momento histórico oportuno.

Estes valores sim são dignos de serem lembrados.

Lembro-me no exílio quando jornalistas americanos da revista "Time" perguntaram a Jango: - "O Sr. Presidente não acha que não era ainda a hora das reformas?"

Ao que Jango respondeu: "Se achasse os Srs. tenham certeza não me encontrariam aqui no exílio". Só sentindo estas saudades do que ainda temos a fazer é que devemos lembrar todos os primeiros de abris, para que nunca mais existam, para que nunca mais aconteçam."

sábado, 19 de março de 2011

O Diabo impressiona lusitano!






















Gente amiga, o poeta e escritor lusitano Silvério da Costa honrou meu segundo livro com uma resenha. Confiram e, se não concordarem com ele, se pronunciem:

"O Cruzeiro de Nozinho"
por Silvério da Costa para Coluna Fronte Cultural do Jornal Sul Brasil de 10 de Fevereiro de 2011

"Quando comecei a ler o livro “Onde o Diabo Perdeu as Botas”, de Hélio Jorge Cordeiro, agora vivendo em Chapecó, logo me veio à cabeça o livro “Os Cus de Judas”, do português Antonio Lobo Antunes, título alusivo a algum lugar que fica no fim do mundo, como se costuma dizer, no caso “Vila Luso”, no Leste de Angola, para onde ele foi mandado, durante a “guerra de Angola”, como médico que é, e por onde eu, infelizmente, também andei, antes dele, a serviço de uma guerra fratricida e inglória.

Mas...voltando ao livro de Hélio, a história é passada numa pequena povoação chamada Cruzeiro da Bahia, que fica em Minas Gerais. A trama gira em torno da rivalidade entre duas facções políticas, tendo como fio condutor um cruzeiro constituído, outrora, por Nozinho Albuquerque, avô do narrador, que atende pelo cognome de Lindinho. Nozinho era um descrente que recebeu de seu pai, a título de remissão dos pecados, tal incumbência. O cruzeiro, que virou símbolo da localidade, deveria ser preservado pelas futuras gerações, mas foi, posteriormente, por obra de graça do diabo, encarnado num engenheiro cheio de malícias e promessas, derrubado. Tal profanação deixou marcas estranhas nos corpos daqueles que, ambiciosos e demagogos, faziam parte das facções políticas, como, por exemplo: pelos nos meios dos seios de uma mulher; pés de trás para frente, num homem; bigode, numa outra mulher; escamas nas mãos de outra; e assim, sucessivamente. Males esses que acabaram por desaparecer, quando a farsa foi descoberta e desmascarada, e o cruzeiro reconstruído.

De permeio, é claro, não poderiam faltar as intrigas, os escândalos, os amores frustrados, as traições, as vinganças, enfim, as loucuras de toda sorte, sempre que a vida pessoal se imbricava com a política e a religião. Em resumo, a história fala da rotina diária de uma pequena cidade e narrada por Lindinho, que mora em São Paulo, e resolveu tirar umas férias para visitar “Cruzeiro da Bahia”, onde nascera e de onde se ausentara há 35 anos. É uma história de ficção, maniqueísta e digressiva, que rememora o passado, num discurso misto (direto e indireto), e percorre a vida de certas famílias e suas tumultuadas relações. É uma história repleta de pequenas histórias quase macabras, à moda Edgar Allan Poe, cujos ingredientes, usados e ousados, caracterizam a marca heliana de narrar. Vale dizer, ainda, que os personagens são muito bem retratados: divertem e fazem refletir, ao mesmo tempo.

O Hélio capta as imagens rotineiras daquela comunidade, transpondo-as para o papel, através de Lindinho, com grande sabedoria, porque é um autor que se preocupa com a urdidura do texto. Enfim, trata-se de um livro altamente meritório, já que é portador de uma narrativa de inegável qualidade.

Segundo o espanhol Carlos Ruiz Zafós, ler um romance é como passar férias no cérebro do autor. E foi o que eu fiz, uma vez que não sai de Chapecó, neste final de ano. Parabéns!"

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia da Poesia























Pessoal, hoje, dia da poesia, resolvi postar esta pérola do grande poeta Manoel de Barros:


"A Arte de Infantilizar Formigas"

"Depois de ter entrado para rã, para árvore, para pedra
- meu avô começou a dar germínios
Queria ter filhos com uma árvore.
Sonhava de pegar um casal de lobisomem para ir
vender na cidade.
Meu avô ampliava a solidão.
No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do
quintal : Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra
dentro.
Um lagarto atravessou meu olho e entrou para o mato.
Se diz que o lagarto entrou nas folhas, que folhou.
Aí a nossa mãe deu entidade pessoal ao dia.
Ela deu ser ao dia,
e Ele envelheceu como um homem envelhece.
Talvez fosse a maneira
Que a mãe encontrou para aumentar
as pessoas daquele lugar
que era lacuna de gente."

(O poema ´A arte de infantilizar formigas´ consta no Livro sobre nada, obra editada em 1996, que rendeu a Manoel de Barros o Prêmio Nestlé de Literatura pelo alto grau do jogo de palavras instaurado para criar uma realidade própria - Fonte -http://www.revista.agulha.nom.br/manu.html )

terça-feira, 8 de março de 2011

Elas são mesmo poderosas!















Gente, vamos comemorar este 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, com um poema de Ricardo Cabús, interpretado por Chico de Assis. "Não sei o quanto de mim sou mulher".

Um grande viva a todas mulheres do mundo!

http://chicodeassispoesia.blogspot.com/2009/12/nao-sei-o-quanto-de-mim-sou-mulher.html

"Não sei o quanto de mim sou mulher
Se na lágrima que deita calada
numa manhã cinzenta
Se na inconstância do desejo
que nuveia a tristeza
Não sei o quanto de mim sou mulher
Se no querer-me livre
assim como os outros
Se no querer-me onipresente
assim como Ele
Não sei...
Sei que de tanto gostar
carregá-la em mim
faz-me feliz"