terça-feira, 25 de outubro de 2011

Em tempo de crise...

Como bem disse o tópico Imagens em Ação no blog de Rodrigo Vianna, Escrevinhador: "Em tempo de crise..."Eu te disse que eu tinha razão sobre o capitalismo". Hahaha, muito bom, bom mesmo!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nos tempos da brilhantina






















Ainda me deparando com as “novidades” da faxina aqui em casa, encontrei mais estas jóias que posto aqui. As fotos saíram na 12ª Edição do Caderno Literário CLAP. A primeira foto foi captada por David da Silva, no  Sarau Benedito, realizado no extinto Aldeia Bistrô, em 2007.

Vemos da esquerda para direita Christiano Moreira (poeta, escritor e editor), Rômulo Mafra (poeta, escritor e jornalista), Sebastião Oliveira (poeta, contista e ator), Felipe Damo (poeta, cronista e jornalista), André Pinheiro (poeta e jornalista), Rafaelo D’Gois (músico e poeta) e Daniel Santos (escritor, poeta e contador de histórias).

Na segunda foto, captada por André Pinheiro, durante o 26º Sarau Benedito, realizado no também extinto Café&Cultura, vemos em primeiro plano Felipe Damo e logo um pouco atrás, Retamoso (poeta, publicitário e artista plástico) e este que vos escreve.  

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Parece que o tempo não passa.













Pessoal, fazendo uma faxina geral nos meus "guardados", achei uma matéria com uma entrevista feita comigo numa noite de frio de Agosto de 2007 e assinada pela jornalista Helen Francine, para Revista Vida Útil. Ao ler o material, tive a sensação de que o tempo não passou. Nós é que passamos por ele.

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Franzino Menino do Cine Casa Amarela
Vida Útil – Edição 11 – Setembro 2007
Por Helen Francine

"Caminho ao lado de um escritor por menos de quatro quadras em direção a um café, no calçadão de Balneário Camboriú. A garoa e o friozinho da noite de sexta-feira, no dia 24 de agosto, intensificam a sensação de cansaço do corpo, mas não diminuem a vontade de ouvir novas histórias. Enquanto eu escolho tomar um chocolate quente e cremoso, ele opta pela taça de vinho. Os passos antes apressados dão lugar a visível apreensão e certa curiosidade mediante perguntas desconhecidas.
Ao perceber o ar de receio falo brincando que não há motivo para preocupação já que são apenas duas perguntas bem simples: Por que você escreve? O que significa tal obra? Depois de quase meia hora de contato pela primeira vez escuto uma gargalhada sonora, tão espontânea capaz de relaxar não só a musculatura da face, a região dos ombros, uma força poderosa ao ponto de liberar algumas fibras da alma. O gelo da formalidade é quebrado. Afinal, partilhar lembranças é quase como contar um segredo. Impraticável diante de estranhos.
O cheirinho da xícara de chocolate se espalha pelo ar e talvez ajude a puxar o doce fio da infância. Hélio viveu dias de intenso calor, de pés descalços, jogando pelada com os vizinhos da estrada de chão. Enquanto o emotivo Garrincha brilhava, na seleção brasileira. Ele admirava mais a racionalidade de Didi, capaz de ultrapassar os limites do meio campo e ver jogadas na totalidade.
De repente, a timidez do roteirista, produtor e diretor de documentários, com ampla experiência em Londres e Portugal é transformada no sorriso de brasileiro franzino, com a pele tão bronzeada pelo sol pernambucano que ainda pequeno ganhou dos outros meninos o apelido de negão.
- Aqui, aqui passa a bola “negão”!
Atualmente Hélio Jorge Cordeiro trabalha na divulgação do “O Suicida”, livro publicado há poucos meses, onde personagens fictícios são construídos com matéria-prima da realidade do autor. Enquanto conversa gesticula bastante com as mãos, fala da mistura dos povos que resulta na formas privilegiadas do povo brasileiro. Os olhos dele se iluminam mesmo ao falar dos familiares, especialmente do pai Humberto, da mãe Antônia e do irmão mais velho, o Déca, consagrado produtor cinematográfico que produziu “O Bandido da Luz Vermelha”. Além deles o outro mano “Bertinho” e o cunhado Juarez também habitam outras estrelas... mais distantes da terra.
Ainda menino negão gostava de viajar com o pai que, após breve carreira de ator, passou a distribuir filmes. Para compreender melhor o cenário daquela época, recorro a parte de um dos artigos da pesquisadora Maria Luiza Nóbrega de Morais, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Pernambuco. No inicio do século XX, as primeiras exibições de cinema maravilham tanto as pessoas quanto a chegada dos carros. Os filmes aconteciam nos mais diferentes lugares: teatros, festas de largo, circos, cafés e casas de diversão. Os teatros abrigavam as exibições quando a pauta não estava ocupada pelas grandes companhias que visitavam a cidade, ou pelos grupos amadores que encenavam nos bairros. Surgem os cinemas fixos: Pathé, Carlos Gomes, Royal e Palace, no ano de 1909.
O pai de Hélio foi um dos pioneiros na delicadeza de fazer a sétima arte chegar nas pequenas cidades daquela região. Passou a vida dividindo fantasias, esperança, tristeza e sonhos... muitos sonhos, com milhares de anônimos. E talvez por isso as recordações da infância no extinto Cine Casa Amarela, em Recife, sejam tão vívidas, quase tangíveis após mais de quatro décadas. Humberto foi pai, profissional visionário. Para Hélio sem dúvida, o genitor foi ídolo. Quando se debruça diante de mais um roteiro, ou algum outro projeto que envolva cinema, imagino que Hélio toque as próprias raízes. Incrível como comecei a conversa com o adulto que se orgulha por ter casado com a voluntária que ele conheceu no Morro dos cabritos, no RJ, sua amada Maria Helena. Admira a afabilidade da irmã “Bibi” e se derrete ao falar das filhas Júlia Elena e Marianne.
De repente termino o encontro permeada de risos e lágrimas, longe do escritor introvertido. Diante somente, do menino franzino maravilhado com os filmes projetados pelo pai no Cine Casa Amarela.”

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Filosofando com Drummond














A SUPOSTA EXISTÊNCIA

Carlos Drummond de Andrade

Como é o lugar
quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas
sem ser vistas?

O interior do apartamento desabitado,
a pinça esquecida na gaveta,
os eucaliptos à noite no caminho
três vezes deserto,
a formiga sob a terra no domingo,
os mortos, um minuto
depois de sepultados,
nós, sozinhos
no quarto sem espelho?

Que fazem, que são
as coisas nãos testadas como coisas,
minerais não descobertos – e algum dia
o serão?

Estrela não pensada,
palavra rascunhada no papel
que nunca ninguém leu?
Existe, existe o mundo
apenas pelo olhar
que o cria e lhe confere
especialidade?

Concrequitude das coisas: falácia
de olho enganador, ouvido falso,
mão que brinca de pegar o não
e pegando-o concede-lhe
a ilusão de forma
e, ilusão maior, a de sentido?

Ou tudo vige
planturosamente, à revelia
de nossa judicial inquirição
e esta apenas existe consentida
pelos elementos inquiridos?
Será tudo talvez hipermercado
de possíveis e impossíveis possibilíssimos
que geram minha fantasia de consciência
enquanto
exercito a mentira de passear mas passeado sou pelo passeio,
que é o sumo real, a diverti-se
com esta bruma-sonho de sentir-me
e fruir peripécias de passagem?

Eis se delineia
espantosa batalha
entre o ser inventado
e o mundo inventor.
Sou ficção rebelada
contra a mente universa
e tento construir-me
de novo a cada instante, a cada cólica,
na faina de traçar
meu início só meu
e distender um arco de vontade
para cobrir todo o depósito
de circunstantes coisas soberanas.

A guerra sem mercê, indefinida
prossegue
teita de negação, armas de dúvida,
táticas a se voltarem contra mim,
teima interrogante de saber
se existe o inimigo, se existimos
ou somos todos uma hipótese
de luta
ao sol do dia curto em que lutamos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Assim falou Tales

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Muitas palavras não indicam necessariamente muita sabedoria."

Tales de Mileto

sábado, 8 de outubro de 2011

Fim de um ciclo
















Finalmente, encerram-se - por quanto tempo só Deus nosso Pai eterno sabe – as atividades dentro do Mercado Velho ou Mercado Público de Itajaí, fundado nos anos 1917 do Século passado e patrimônio tombado da cidade de Itajaí, SC.

Centro de pendengas e mazelas homéricas, o velho mercado agora irá descansar em paz. Ele que foi testemunha de tantos acontecimentos corriqueiros na vida dos itajaienses. Um incêndio nos idos dos anos 30 e tomou-lhe parte de sua bela arquitetura. Como quase toda a vitima desse tipo de sinistro, o mercado também teve que sofrer uma plástica, que lhe tirou parte de suas belas torres, mas isso é outra história. Aliás, este é um momento auspicioso para que lhe devolvam as mesmas, restituindo-lhe seu aspecto original, típico das construções ibéricas.

Passados os anos, o velho prédio foi ficando com ares de abandono. Puro descuido, desinteresse político, entre outras coisas que nem é bom falar. Lá se instalaram ad eternum alguns comerciantes que hoje se deparam com a crua realidade de terem que deixar suas dependências a mando do ministério público. Despejados à força pela lei! Uma lição que, espero, todos tenham aprendido: de que não se pode misturar o público com o privado. No meu entender, alguma coisa tinha que ser feita. Antes tarde do que nunca, diz o ditado.

Sendo ele um patrimônio do município, uma entidade pública, portanto, terá que ajustar-se à legalidade de seu próprio regimento e normas. Que o povo de Itajaí saiba cuidar mais de seus bens históricos e culturais. Deste modo, eu creio que, após sua reforma, e espero que esta seja para breve, com licitações às claras, teremos um novo mercado, com novos inquilinos e recuperando seu status de centro cultural e cartão postal da cidade, para o bem de todos e felicidade deste humilde cidadão.

Lá se foi o Bandeirinha!
















Eu conheci Bandeirinha quando estava de volta a Recife, em 1981, depois de alguns anos no Sudeste. Fui apresentado a ele por uma grande mecenas das artes plásticas de Pernambuco, a curadora e marchand, Tereza Dourado, que conhecia o meu trabalho nas artes plásticas.

Francisco Bandeira de Melo foi Secretário de Turismo, Cultura e Esportes do Estado de Pernambuco e Presidente da Empetur - Empresa Pernambucana de Turismo. Teve uma atuação dentro dos limites que a cultura pode ter em qualquer Estado da Federação. Pouca verba, muito trabalho e muitas ideias. FBM era poeta e membro da Academia Pernambucana de letras. Ele também atuou por muito tempo como jornalista, no Jornal do Commercio.

Recém chegado do Rio de Janeiro, com um currículo ligado às artes plásticas (Olinda) e ao cinema (na distribuição de filmes culturais da Embrafilme), fui recebido por Bandeirinha, de maneira cordial e com respeito. Isso se deveu também à simpática acolhida que tive, antes de tê-lo conhecido pessoalmente, de outra grande pessoa, a sua assessora (amiga de Teresa Dourado) Marta Dubeux, que eu admirava pelo trabalho, simpatia e, com todo o devido respeito, elegância e beleza.

Ao chegar à minha cidade, decidi levar-lhe alguns projetos que, acreditava, seriam de grande valia para a cultura de minha terra. Francamente, não sabia eu o quanto era difícil sua execução. Tudo dependia de interesses políticos muito fortes e eu não tinha padrinho ligado à política que pudesse adiantar o meu lado. Mesmo assim, Bandeirinha me tratou com respeito e muita educação.

Ao final, fui agraciado com a possibilidade, que, aliás, veio a se efetivar, de ter uma de minhas obras fazendo parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. Como se não bastasse, foi de Bandeirinha a ideia de me indicar para a TV Tropical, nome à época da TV Pernambuco, ligada ao Governo do Estado e sediada na cidade de Caruaru, no agreste desse Estado.

Lamentável sua perda aos 75 anos de idade. Bandeirinha foi vitima de um ataque cardíaco e estava internado na UTI do Hospital Santa Joana, em Recife.

Foi muito bom tê-lo conhecido e com ele trocado algumas ideias, fossem elas viáveis ou não. Minha trajetória profissional teve sua ajuda e quero aqui agradecer-lhe e dizer: “Valeu Bandeirinha!” Descanse em paz.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Instigante assunto

O ceticismo gnóstico de Jean Baudrillard (parte 3)


Enviado por luisnassif, qua, 05/10/2011 - 22:57 / Autor: Wilson Roberto Vieira Ferreira

"Nesta postagem final da trilogia sobre o ceticismo gnóstico de Jean Baudrillard alcançamos a secreta conclusão do seu pensamento: a busca pela “pura aparência”. Se a realidade é uma ilusão e todos os discursos das ciências e das mídias são mobilizados para simular um efeito de realidade que crie uma aparência de sentido às instituições políticas, econômicas e sociais, então a nossa “última chance” é a “pura aparência”: combater a aparência que simula sentido com outra aparência, tão ilusória quanto a “realidade” que nos cerca. O filme “Show de Truman” talvez seja aquele que mais didaticamente apresenta esta estratégia fatal que explodiria os efeitos de realidade dos discursos dominantes."

Leia mais aqui:
http://cinegnose.blogspot.com/

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Responda!














Você já se perguntou em algum momento de sua vida, o porquê que você não é Libanês, Polonês, Americano, Francês, Nepalês, Alemão, Palestino ou mesmo Israelense, quiçá Argentino, Cubano, Costa-Riquenho, Canadense, Português, até mesmo Grego, entre outras tantas nacionalidades que eu não consigo enumerá-las? Hein?

Monty Python

Pessoal, aqui vai um pouco do grande humor, desse que foi um dos maiores grupos criativos já constituido em todo mundo: Monty Python.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Coisa de 1,99!
















Gente, eu acho que o homem só é feliz quando a infelicidade dos outros de afirma, em algum momento. Estranho, né? Pois cheguei a esta conclusão pelo simples fato de ter assistido num domingo feioso, sem sol, a uma série da National Geografic sobre a II Guerra Mundial. Desde o início, com a invasão da Polônia, até as viagens do “Enola Gay” e “Bockscar” (bombardeiros) sobre os céus de Hiroshima e Nagasaki. Assisti a tudo sem derramar uma só lágrima, ainda por cima bebendo Budweisers em lata, acompanhadas de gruyère, presunto, azeite e pimenta do reino, uma delícia.  De vez em quando, surfando na Net.

Por que tanta indiferença? Seria pura insensibilidade minha? Não sei dizer. Só sei que, hoje, passados tantos anos, após o fim dos conflitos que dizimou milhões de pessoas na Ásia, África e toda Europa, eu vejo que as Buds em lata, o presunto embalado a vácuo, o gruyère importado, a TV a cabo e a internet, que desfrutei no domingo, assistindo os documentários da NatGeo, devem-se, em parte, as tecnologias desenvolvidas para as guerras. Foram todas criadas para atendê-la e hoje elas nos ajudam.  São de grande utilidade e nos proporcionam momentos de prazer e conforto. Como o de domingo, por exemplo. Uma triste incoerência, né?
Toda essa loucura incoerente, me fez acordar nesta segunda-feira, achando cada vez mais que o homem, o primeiro exemplar da espécie humana, estava à venda, numa feira de bugigangas, uma espécie de 1,99 das galáxias, dois quadrantes da Constelação de Libra. Acho que uma raça qualquer, que habitava o velho universo, naquele momento, cansada pelo mau funcionamento do troço (olha que não havia Chinês naquela época!), resolveu dar descargas, justamente quando a nave, que tripulava, estava passando pelo planeta terra e a capsula com os dejetos e os detritos, entrou na atmosfera terrestre.

Uma lástima, sem dúvida, para quem já vivia por aqui!