sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Malvadeza Durão, nasceu!






















Gente, finalmente, recebi da gráfica o meu terceiro livro, Malvadeza Durão. Foi um parto duro. Como tudo que despende esforço, sua execução tomou meu precioso tempo além do esperado e me encheu de impaciência e muito stress. Mas esse foi o preço que tive que pagar em editá-lo "by myself". Além disso, não saiu como eu esperava. Fazer o quê, partir pra outra. O importante, creio, é o seu conteúdo. O formato, quem sabe, depois possa ser mudado. Bom, agora é relaxar e fazer a sua divulgação. Aliás, ele já está disponível na Casa Aberta (Itajaí-SC). O filho foi parido e é meu. Se vão gostar, ai são outros quinhentos. Agora, fiquem com o prefácio:


"NOIR, EM ALGUM LUGAR"
por Cristiano Moreira  (Editor - Escritor, Poeta - Cronista - Autor dos livros de poemas Rebojo e O Calafate Míope)
"O que fazer com um personagem já escrito e cantado? Como verter literatura de campo já semeado e colhido? Um escritor precisa acompanhar estas perguntas (muitas vezes sem resposta clara, e por isso mesmo é que a literatura é infinita, a conversa infinita). Creio que uma das possibilidades seja pela reinvenção do tempo, do espaço; do lugar. Aqui nesta história do Malvadeza Durão, do cão, a possibilidade de cantar a malandragem brasileira, de fazer a marginalidade possível da arte uma forma de driblar os interregnos cotidianos. Aqui neste livro não se pode passar despercebido a paródia de uma das muitas faces do Brasil. Não podemos esquecer o brado de um bardo tropicalista: “Seja marginal, seja herói”, provocava Hélio Oiticica nos anos sessenta. Clarice escrevia doloroso texto quando Cara de Cavalo foi trucidado com treze tiros. O mesmo fato move dois grandes artistas a refletir sobre a situação política brasileira. Neste período, outros grandes trabalhos aparecem, O bandido da luz vermelha de Rogério Sganzerla, Lucio Flavio, o passageiro da agonia de José Louzeiro filmado por Héctor Babenco, entre outros.
 
Na literatura e no cinema tivemos muitos outros personagens marginais, picarescos, aventureiros e vingadores. Personagens que invertem a lógica do bem e do mal quebram o binarismo, a dicotomia e relativizam a moral. Personagens em busca de paz.
 
Hélcio Lima protagonista do livro de Helio Jorge Cordeiro em um romance de construção que inicia na puberdade, ao ver o pai assassinado, guarda sua ira, ardilosamente desaparece do morro e da pecha de covarde. Mas o passado bumerangue retorna no presente e Hélcio retorna à casa da família encontrando outra situação, algo que o fará dar um giro de 360 em seus planos.
 
Malvadeza Durão surge neste novo contexto. Uma situação na qual as relações afetivas estão se despedaçando motivadas pela corrupção, violência e ambição. O retorno do herói segue o modelo da narrativa e do cinema que sucederam a primeira guerra, narrativas cujas características marcantes como, um herói, uma mulher bonita, corrupção, crimes, sensualidade e investigações, nos fazem dizer que se trata de um filme, digo, uma narrativa Noir descendente de Dashiell Hammett e Raymond Chandler. Temos em mãos um roteiro que serviria para Quentin Tarantino, um dos responsáveis pela retomada dos filmes Noir.
 
O livro de Hélio Cordeiro está muito bem articulado no esquema elíptico de narrativa, construindo uma narrativa do tipo roteiro, ou seja, possui um ritmo de imagens bem articuladas em sua montagem e isso, irresistivelmente, nos leva ao fim do livro em uma leitura só, sem intervalos. Não há lugar para a literatura, a literatura se constitui da criação de lugares. A narrativa Noir de Helio Cordeiro será facilmente filmada levando Malvadeza Durão a outro lugar, criará para outros olhares a atmosfera com pouca luz, fumaça de cigarros no ar e bebidas; nos levará para botecos e delegacias. O livro de Helio Cordeiro é este lugar inflamado por paixões, pelas linhas insufladas do desejo de redenção. Que de nós, seres devotos das imagens, seria este mundo com sua ausência?"

 

domingo, 23 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL!


Pessoal, vou mostrar agora como é desejar Feliz Natal em vários indiomas. Aproveito para dizer que espero que tenham todos um Natal deveras feliz!


Alemanha: Fröhliche Weihnachten
Bélgica: Zalige Kertfeest
Brasil: Feliz Natal
Bulgária: Tchestito Rojdestvo Hristovo, Tchestita Koleda
Catalão: Bon Nadal
China: Sheng Tan Kuai Loh (mandarim) Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun (cantonês)
Coréia: Sung Tan Chuk Ha
Croácia: Sretan Bozic
Dinamarca: Glaedelig Jul
Eslovênia: Srecen Bozic
Espanha : Feliz Navidad
Estados Unidos da América: Merry Christmas
Hebraico: Mo'adim Lesimkha
Holanda: Hartelijke Kerstroeten
Inglaterra: Happy Christmas
Finlândia: Hauskaa Joulua
França: Joyeux Noel
País de Gales: Nadolig Llawen
Galego (na Galicia): Bo Nada
Grécia: Eftihismena Christougenna
Irlanda: Nodlig mhaith chugnat
Itália: Buon Natale
Japão: Shinnen Omedeto
Nova Zelândia em Maori: Meri Kirihimete
México: Feliz Navidad
Noruega: Gledelig Jul
Polônia: Boze Narodzenie
Portugal: Boas Festas
Romênia: Sarbatori vesele
Rússia: Hristos Razdajetsja
Sérvia: Hristos se rodi
Suécia: God Jul
Tailândia: Sawadee Pee mai
Turquia: Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
Ucrânia: Srozhdestvom Kristovym
Vietnã: Chung Mung Giang Sinh

sábado, 22 de dezembro de 2012

Ufa!


Ufa! Então o mundo não acabou, não é? Bom, vamos continuar com as nossas vidas, cada um fazendo o melhor para uma sociedade melhor ainda. Que 2013 venha trazendo harmonia e prosperidade para todos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Que venga el fin!


Pessoal, amanhã dia 21, segundo os Maias, será o fim (não sei se do  planeta ou de uma era), então este poderá ser o último post deste blog hoje dia 20. Caso nada do falam, realmente, venha a acontecer, voltarei depois, na sexta, dia 22, para felicitá-los pela passagem de mais um Natal, dia dedicado e, dizem, do nascimento do Salvador. Espero tê-los lendo ou comentando neste espaço depois de amanhã, revigorados e felizes.
PS: já providenciei água mineral, umas garrafas de vinho chileno, uns litros de uísque, uns de Cachaça Mineira, bastante miojo, umas dúzias de Devassa, umas latinhas de cigarrilhas de Café Creme, uns maços de velas brancas, sal grosso, um pote com muda de arruda, uma bóia de plástico (um tubarão ou jacaré, depende!), um chapéu do tipo cubano, um par de tenis, umas bermudas, um Aí, pode? e muita música da MPB, uma bandeira do Brasil, uma de Pernambuco, uma foto do Lula, um CD da Giana Cerve, outro do Carlos Cória, a partitura da música de Ricardo Capraro, um violão, um poema de Enzo Potel, o retrato do Che, uns livros de Mário Quintana, Manoel de Barros, Jorge Luis Borges, um de Nietzsche, um pote com sorvete (em pó) de Mangaba, um fardo de carne de sol, cinco quilos de Macaxeira, talco pra frieira e umas camisinhas ( uns azuizinhos também, who knows!) e por aí vai...Tô preparado! Entonces, que venga el fin!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Oxente, be happy!


Nordeste é região mais feliz do Brasil, aponta Ipea

Publicado em 18.12.2012, às 18h31 no Jornal do Commercio/PE

O situação de um país, em geral, se mede pelo Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todas as riquezas produzidas - e pela renda, mas também pode ser medida por outro quesito: a felicidade, segundo o estudo 2012: Desenvolvimento Inclusivo Sustentável?, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em outubro, o Ipea pediu a vários brasileiros que dessem, em uma escala de 0 a 10, uma nota sobre a satisfação pessoal. A média nacional foi 7,1, que coloca o Brasil na 16ª posição entre 147 países avaliados em uma pesquisa mundial do Gallup World Poll. Em 2010, a nota da felicidade no Brasil era 6,8, conforme a mesma pesquisa. Com uma média de 7,38, a Região Nordeste é a mais feliz do país, seguida pelo Centro-Oeste (7,37), pelo Sul (7,2) e pelo Norte (7,13). Em última posição, ficou o Sudeste, com 6,68.

Para o presidente do Ipea, Marcelo Neri, embora os indicadores mostrem crescimento econômico pouco expressivo este ano, a satisfação do brasileiro não tem sido afetada drasticamente. “Temos mais felicidade que dinheiro no bolso”, disse.“O brasileiro é consumista, mas não é isso que o define. Os dados mostram que a felicidade aumentou ao longo do tempo e que a variação de renda não implica em grandes variações de satisfação,” destacando que nenhum outro país é tão “insensível” à variação de renda, em comparação a outras nações. O Ipea aplicou o questionário em 3.800 domicílios.

No entanto, o estudo mostra que a satisfação aumenta conforme a renda sobe. Os brasileiros que não têm renda a nota média foi 3,73. Já aqueles que vivem com até um salário mínimo, a nota foi 6,53. Quem tem renda superior a R$ 5.451, a nota foi 8,36.

Em relação à escolaridade, pessoas sem instrução deram uma nota média de 6,4. Aqueles com o ensino fundamental completo, a nota foi 6,95, e com o ensino médio completo, 7,17. Com ensino superior completo, a média foi 7,85.

A pouca diferença entre as avaliações, segundo Neri, é por causa do aquecimento do mercado de trabalho e acesso ao ensino. “A educação no Brasil vem crescendo e saindo de níveis muito baixos. A oferta de trabalho aumentou e o preço dela diminuiu”.

O Ipea aponta que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME),do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou crescimento de 4,89% da renda per capita média da população no último ano. A diferença da renda domiciliar per capita caiu 40,5% este ano. Esses dados, segundo o instituto, embasam as explicações sobre a satisfação do brasileiro.

O estudo segue as recomendações do Relatório Stiglitz-Sen, criado em 2008 a pedido do então presidente da França Nicolas Sarkozy, para a elaboração de um método alternativo de mensurar o crescimento de um país. Segundo o relatório, a riqueza deve ser medida pela renda e consumo das famílias, pela distribuição, estoque de riqueza e por medidas de bem-estar.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Esse Sartre!

A CONDENAÇÃO À LIBERDADE

“O homem é, inicialmente, um projeto que se vive como sujeito, e não um musgo, um fungo ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a esse projeto; nada existe de inteligível sob o céu e o homem será, antes de qualquer coisa, o que ele tiver projetado. Não o que vai querer ser, pois o que entendemos ordinariamente por querer é uma decisão consciente que, para a maior parte de nós, é posterior ao fizermos afetivamente de nós mesmos. (...) Mas se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Assim, a primeira decorrência do existencialismo é colocar todo homem em posse daquilo que é, e fazer repousar sobre ele a responsabilidade total por sua existência.” Sartre, J-P. O Existencialismo é um humanismo. Petrópolis: Vozes. p. 26.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer, um deus que escreveu por linhas curvas.





Se foi ontem o maior artista da arquitetura brasileira e mundial. Oscar criou e recriou-se. Elevou à arquitetura a classe das artes mais belas. Fez poesia com seus traços soltos, infantis até, simplesmente vivos. Dizia que seus traços remetiam as curvas de um corpo de mulher. O mundo moderno se enriqueceu com suas obras, se embelezou, se humanizou. Oscar Niemeyer, foi um deus que escreveu por linhas curvas.
Vai Oscar, vai dá uma mãozinha lá em cima, quem sabe Ele anda precisando de um assistente para as novas possíveis obras aqui pra baixo!


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A oposição está louca!


 A oposição em desespero

Enviado por luisnassif, seg, 03/12/2012 - 10:32

Da Carta Capital
Maurício Dias
Acostumada a se regalar com o controle do poder no Brasil, a oposição conservadora vive horas, dias, semanas, meses e, para ser mais exato, dez anos de desespero. E ainda pode ficar sem perspectiva por mais seis se aos dois anos restantes do primeiro mandato de Dilma Rousseff se somem outros quatro, em caso de reeleição da presidenta.
Pesquisa do Ibope, realizada entre 8 e 12 de novembro, aponta a dimensão da dificuldade da oposição numa disputa com ela. Está marcada para perder nas condições de agora. Ressalve-se, é claro, uma hecatombe política ou econômica e, ainda, uma interferência inesperada como, por exemplo, a do “Sobrenatural de Almeida”, personagem das ­elu­cubrações ficcionais de Nelson Rodrigues, especialista em criar surpresas.
Caso a eleição fosse hoje, mostra o Ibope, Dilma esmagaria todos os potenciais ­adversários ainda no primeiro turno. Ela obteve 58% das intenções de voto, contra 11% de Marina Silva (sem partido), 9% de Aécio Neves (PSDB) e 2% de Eduardo Campos (PSB).


















Pesquisa Ibope mostra um cenário de reeleição de Dilma
É curioso destacar o resultado da ­sondagem espontânea: Dilma foi lembrada por 26% dos eleitores e Lula vem logo após, com 19% das menções. José Serra teve 4% de citações e Marina Silva, 2%. Ambos beneficiados pelo recall da disputa de 2010. Aécio Neves foi citado espontaneamente por 3%. 
Aécio e Campos, ressalve-se, são pouco ­conhecidos. Dilma, dois anos antes da vitória, em 2010, também não existia. Lula fez a diferença. 
Tabela inédita da pesquisa Ibope mostra a tendência e a lógica da distribuição das intenções de voto por região. A presidenta Dilma cresceu em todas as regiões e, como já se sabia, alcançou melhor apoio do eleitorado do Sul do País do que Lula. 
Marina tem bom desempenho na área dela: os rincões do Norte/Centro-Oeste, Aécio Neves desponta no Sudeste, onde mora e faz política, e Eduardo Campos, com base em Pernambuco, é melhor no Nordeste. 
Tudo é possível a dois anos da disputa para a Presidência. A oposição percebeu, no entanto, que para construir uma candidatura ­viável para 2014 tem de começar agora. E o ambiente político reflete claramente a disputa pelo poder. Uma disputa não necessariamente tendo em vista a conquista de votos, já que a maioria do eleitorado não abandonou o PT, como se viu na eleição municipal. 
Os petistas, em 2010, conseguiram quase 17,5 milhões de votos. Um número superado, por pouco, se somados os votos do PSDB (13,9 milhões) e DEM (4,5 milhões), os dois partidos que, organicamente, mais expressam a reação conservadora. Nessa conta, a grande diferença é que o PT cresceu quase 4,5%. Pouco em relação a 2008. No mesmo período, entretanto, o PSDB e o DEM encolheram. A queda dos tucanos foi pequena (4,18%), mas, a do DEM foi superior a 50%. 
A oposição, desnorteada por isso e, principalmente, sem programa alternativo, tem dificuldade para encontrar um candidato. Esgotaram-se as opções paulistas. José Serra perdeu duas vezes. Uma vez perdeu Alckmin. O mineiro Aécio Neves se oferece. O pernambucano Eduardo Campos vacila. 
Isso projeta o ciclo Lula-Dilma ao menos por mais quatro anos, se não for interrompido abruptamente. Isso porque o desespero, quando não leva ao suicídio, empurra o desesperado para o crime. 
Andante mosso 
O futuro de Lula I
É muito mais que uma declaração distraída de João Santana, à Folha de S.Paulo de que Lula seria o melhor candidato ao governo de São Paulo, em 2014. Ele criou um fantasma para perturbar os sonhos da oposição.
 
Essa estrada que ele aponta foi aberta pelo paulista Rodrigues Alves. Após presidir o País (1902- -1906), voltou pela segunda vez ao governo estadual (1912). 
Bem, o fato é que Rodrigues Alves cumpriu o tempo no governo paulista e disputou e ganhou de novo a Presidência da República. 
O futuro de Lula II
Santana, experiente jornalista de política e competente profissional do marketing, já prevê a reeleição de Dilma em 2014. Além disso, projeta a possibilidade de Fernando Haddad disputar a Presidência em 2022, se fizer uma boa administração na prefeitura paulistana.

Ele saltou, no entanto, a disputa presidencial de 2018. Teria esquecido? 
Peso contra peso
Baixou na mesa do Senado requerimento dos líderes Renan Calheiros (PMDB), Walter Pinheiro (PT) e Gim Argello (PTB e PR) solicitando que o plenário vote “urgente” a indicação do professor Luiz Moreira para o Conselho Nacional do Ministério Público, já aprovada pela Câmara.


As três assinaturas representam 54 Senadores. Nada menos que o peso político da maioria absoluta da casa. Mas contra isso está o peso pesado Roberto Gurgel, procurador-geral da República. 
A história do julgamento
Roberto Jefferson, hoje presidente licenciado do PTB, não agiu por heroísmo ao revelar o que foi chamado de “mensalão”. A denúncia foi motivada por razões políticas e não morais.
 
Ele confessou que ficou com 4 milhões de reais. Ilegais ao juízo da própria Corte sustentada em lei caduca que permite um partido ceder, por exemplo, o tempo de televisão a outro, mas, não permite que o outro repasse dinheiro em troca. 
Jefferson rompeu o acordo com o PT por não ter recebido 16 milhões restantes, de um total de 20 milhões. O STF tomou a iniciativa de premiar a delação informalmente. E por pouco não transforma o réu em herói. 
Na agenda de Dilma I
Está nos afazeres da presidenta Dilma, em julho de 2013, a escolha do novo procurador-geral da República. Ou seja, o substituto de Roberto Gurgel. Tradicionalmente, o escolhido sai de uma lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República. 
Os prováveis nomes sairão do ninho de Gurgel: Débora Duprat (atual vice do procurador-geral), Raquel Dodge (assessora do atual procurador-geral em matéria penal) e Rodrigo Janot. 
Na agenda de Dilma II
Janot foi secretário-geral do ex-procurador-geral Claudio Fonteles. Ambos apoiaram Antonio Fernando, antecessor imediato de Gurgel. Esse grupo já foi chefiado por Fonteles e rachou porque Antonio Fernando rompeu o acordo de ficar no cargo pelo período normal de dois anos.Como Antonio Fernando e Gurgel ficaram por dois períodos, o máximo permitido por lei, o grupo foi refeito para dar continuidade ao projeto de dirigir o MPF.
 
Gurgel, Fonteles e Antonio Fernando estão novamente juntos e apoiam o trio de prováveis candidatos à Procuradoria-Geral da República. 
“Mensalão”: Fux-se
O fato circula na internet o vídeo com o momento em que o ministro Luiz Fux, do STF, discorre sobre o “domínio do fato”, aplicado para punir réus do “mensalão”.

Disse ele: “… na verdade, a parte que tem o domínio final do fato, que sabe onde (sic) quer chegar, tem o domínio com dolo (…) teoricamente, considerando o caso analisado, alguém tinha a vontade de alcançar um resultado, mas, para alcançar esse resultado, precisava da prática de tarefas de pessoas que atuaram (…) Aqui nós estamos fixando bem que, quem tem o domínio final do fato tem-no (sic) com dolo”.

Em recente visita ao Brasil, Claus Roxin, propagador da tese, explicou que a condenação do dirigente de uma organização exige prova de ele ter comandado os acontecimentos, de ter dado ordens.

Fux discorda disso e transformou a suposta “vontade” de supostos dirigentes em provas. A distorção foi acompanhada pela maioria. Está provado que a força da vontade cria dificuldade de se filosofar em português com a teoria alemã.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Sai ziquizira!






















Mizifios e mizifias, aqui vai uma dica pra sunsês que andam com as vidas trancadas e que são adeptos do ecumenismo religioso. É só acreditar que dá certo! Saravá!


"Banho de descarrego (melhor dia: sexta-feira)"

- Um chumaço de arruda;
- Um chumaço de guiné;
- Um chumaço de alecrim;
- Um punhado de sal grosso.

Coloque todas as ervas numa caneca com água e deixe esquentar, como se você fosse fazer um chá. Não é preciso ferver - quando vir que a água já está mudando de cor, está ótimo. Deixe esfriar, retire as sobras das ervas e misture o sal grosso ao líquido.

Tome seu banho diário normalmente e depois de terminado, jogue essa infusão no seu corpo, sempre da nuca para baixo (não se deve molhar a cabeça). Pra ajudar, reze uns Pais-nosso enquanto a mistura escorre pelo seu "corpinho". Só se enxugue; não se enxágue."

PS:
Este poste é praquelas que tão com os maridões com um fastio danado. Praqueles que as patroas andam assistindo muito as lutas do UFC  e com uma dor de cabeça sem fim e tumém pros meninos- meninas e pra meninas-meninos que os caminhos tão trancadaço (e sem "secho" faz um tempão!).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Por que nunca precisamos de cotas no futebol?


Dia 20 foi comemorado o dia da Consciência Negra. Infelizmente, não pude postar este artigo de Felipe Dias Carrilho que saiu no blog Escrevinhador de Rodrigo Vianna, mas o faço agora. Antes tarde do nunca! Aqui vai:

O lugar do negro
Por que nunca precisamos de cotas no futebol?
Publicada quarta-feira, 21/11/2012 às 09:24 e atualizada quarta-feira, 21/11/2012 às 13:13

Por Felipe Carrilho, colunista do Escrevinhador

“Nós não temos um problema racial. No Brasil, os negros conhecem o seu lugar”, diz um sinistro ditado, que poderia servir de epígrafe para análises de intelectuais conservadores ou mesmo para ilustrar muitos comentários que se lê por aí nas redes sociais em tempos de implementação de políticas reparatórias por parte do governo federal.

Muitas são as janelas que permitem sondar a dinâmica social de um país. Esta coluna procura fazer isso por meio da história do futebol brasileiro. No mês da Consciência Negra, cabe indagar em que medida o processo de integração dos descendentes de africanos no esporte que se tornou uma verdadeira “instituição nacional” pode revelar o destino social que a população negra do Brasil teve no período pós-abolição do sistema escravocrata.

No final do sáculo 19, a intelectualidade do País estava empenhada em discutir a questão da nacionalidade brasileira que tinha na presença do negro, no seu entender, um problema crônico. Optou-se, então, por uma política de branqueamento, na qual o incentivo à imigração europeia para abastecer as lavouras de café e a produção da indústria era fundamental. Para Oliveira Viana, o apologista mais notório da arianização da nossa sociedade, o mestiço representava um atraso inevitável para o Brasil que só poderia ser amenizado com a diluição gradual e progressiva do elemento negro.

Nas décadas subsequentes, apartados do trabalho formal, os descendentes de africanos foram protagonistas no processo de democratização do futebol, cuja prática estava até então reservada para os filhos das nossas elites, encastelados nos clubes grã-finos das principais cidades. Atuando nos times de várzea, com bolas e uniformes muitas vezes improvisados, o negro mostrou competência esportiva e esteve no centro da luta pela profissionalização do futebol, que dava estatuto de trabalhador formal ao jogador.

Em seu livro Corações na Ponta da Chuteira, o historiador Fábio Franzini apresenta uma emblemática disputa ocorrida no dia 13 de maio de 1927. Um jogo que opunha duas seleções, a dos brancos, jogadores das maiores equipes paulistas da Associação Paulista de Esportes Atléticos, e a dos negros, que atuavam em divisões secundárias ou mesmo em clubes da liga amadora. O jogo terminou com a vitória da “seleção negra” por 3 a 2, e o sucesso de público fez com que o encontro fosse repetido por mais de 10 anos, com ampla maioria de vitórias dos negros.

É possível inferir muita coisa desse fato histórico. Primeiro que, apesar da demonstração de domínio das técnicas do jogo, o negro ainda encontrava-se na periferia do futebol, atuando em equipes menores. Depois, sob o pretexto de celebrar a abolição (13 de maio passou a ser a data oficial do evento), explicitava-se naturalmente a segregação dos campos de São Paulo. Mas o que interessa enfatizar aqui é o surgimento de um discurso de elogio às potencialidades do negro dentro de campo. Discurso com implicações variadas.

O mito do nascimento do estilo brasileiro de jogar conta que foi a partir da inclusão das classes populares, notadamente dos afro-descendentes, que nos apropriamos de fato daquele esporte surgido na Inglaterra em meados do século 19. Para Gilberto Freyre, a conversão do “jogo britanicamente apolíneo” em “dança dionisíaca”, por influência dos movimentos corporais do samba e da capoeira, seria resultado do processo de mestiçagem verificado no Brasil.

Estavam lançados os fundamentos da interpretação conservadora sobre a integração do povo brasileiro, a “fábula das três raças”, exemplificada no triângulo em que o branco ocupa do vértice de cima, sobrando para o negro e o índio os vértices da base. A “ausência” do racismo sendo explicitada pela interdependência dos vértices.

Na verdade, o elogio das potencialidades físicas do negro, ao mesmo tempo em que concorria para a formação positiva da identidade nacional brasileira dentro e fora das quatro linhas, também expressava a imposição de certa hierarquia social. Aos negros caberia ocupar os espaços do lazer, notadamente do samba, carnaval, capoeira e do futebol, longe da racionalidade dos postos de comando e de produção do conhecimento. O discurso elaborado pelo branco sobre as pré-disposições do negro pelas artes corporais, em última análise, aponta para o lugar subalterno que os afrodescendentes deveriam ocupar na sociedade. É por isso que não precisamos de cotas no futebol. Essa foi a parte que coube ao negro na hierarquia brasileira das raças.

Felipe Dias Carrilho é historiador e autor do livro “Futebol, uma janela para o Brasil – As relações entre o futebol e a sociedade brasileira”.

Lá vai o trem de Villa pra ôces no Dia do Músico

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tá todo mundo louco, obá!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pessoas, vejam que artigo interessante eu surrupiei do blog do Luís Nassif - agora eu dei pra isso! -. A nossa fissuração pelo progresso e pela vida fácil, dentro da cidades, pode estar nos levando a loucura - se é que já não somos um bando de piradinhos. Então, desse modo, só nos resta despertar o Napoleão que existe dentro de nós, sem medo, pois ninguém vai notar. Hehehe! Hahaha!


Enviado por luisnassif, ter, 30/10/2012 - 10:37

Por Marco Antonio L.

Da Deustche Welle
Lydia Heller
Estudos indicam que pessoas que nasceram e cresceram em centros urbanos são mais propensas a transtornos mentais. Nova área do conhecimento, o neuro-urbanismo, pode ajudar a melhorar o planejamento das grandes cidades.
Barulho, trânsito, lixo, pessoas apressadas e se empurrando por todos os lados – a vida nas grandes cidades é estressante. Mas as perspectivas de um emprego melhor, um salário mais alto e de um estilo de vida urbano atraem cada vez mais pessoas às cidades. Se há 60 anos menos de um terço da população mundial vivia em cidades, hoje mais da metade mora em centros urbanos. Até 2050, a estimativa é que essa cota atinja 70%.
"Com o aumento das populações urbanas, o número de distúrbios psíquicos também tem aumentado em todo o mundo", alerta Andreas Meyer-Lindenberg, diretor do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim. "Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. O custo de todas as doenças psíquicas juntas – incluindo demência, ansiedade e psicose – ultrapassa o orçamento do fundo de resgate do euro. A frequência e a gravidade dessas doenças costumam ser subestimadas", afirma.
Solidão e doenças
Em 2003, psiquiatras britânicos publicaram um estudo sobre o estado psicológico dos moradores do bairro londrino de Camberwell, uma área que teve um grande crescimento desde meados da década de 1960. Entre 1965 e 1997, o número de pacientes com esquizofrenia quase dobrou – um aumento acima do crescimento da população.
Na Alemanha, o número de dias de licença médica no trabalho relacionada a distúrbios mentais dobrou entre 2000 e 2010. Na América do Norte, recentes estimativas apontam que 40% dos casos de licença estão ligados à depressão.
"Nas cidades pode acontecer de as pessoas não conhecerem seus vizinhos, não conseguirem construir uma rede de apoio social como nas vilas e pequenas cidades. Elas se sentem sozinhas e socialmente excluídas, sem uma espécie de rede social de segurança", observa Andreas Heinz, diretor da Clínica de Psiquiatria e Psicoterapia no hospital Charité, em Berlim.
Quase não existem estudos consistentes sobre a influência do meio urbano no cérebro humano. Mas pesquisas com animais mostram que o isolamento social altera o sistema neurotransmissor do cérebro. "Acredita-se que a serotonina é um neurotransmissor importante para amortecer situações de risco. Quando animais são isolados socialmente desde cedo, o nível de serotonina diminui drasticamente. Isso significa que as regiões que respondem a estímulos ameaçadores são desinibidas e reagem de maneira mais forte, o que pode contribuir para que o indivíduo desenvolva mais facilmente distúrbios de ansiedade ou depressões", diz Heinz.
Até 2050, 70% da população mundial viverá em cidades grandes, segundo estimativa.
A vida urbana transforma o cérebro
Um dos primeiros estudos feitos com seres humanos parece confirmar essa suposição. Com ajuda de um aparelho de ressonância magnética, a equipe do psiquiatra Andreas Meyer-Lindenberg analisou o cérebro de pessoas que cresceram na cidade e de pessoas que se mudaram para a cidade já adultos.
Enquanto os voluntários resolviam pequenas tarefas de cálculo, os pesquisadores os colocavam sob pressão, por exemplo criticando que eles eram muito lentos, cometiam erros ou que eram piores que seus antecessores.
"Olhamos especificamente para as áreas do cérebro que são ativadas quando se está estressado – e que também têm um desenvolvimento distinto, dependendo da experiência urbana que a pessoa teve. Especialmente as amídalas cerebelosas reagiram ao estresse social, e de maneira mais intensa quando o voluntário vinha de um ambiente urbano. Essa região do cérebro está sempre ativa quando percebemos algo como sendo uma ameaça. Elas podem desencadear reações agressivas que podem gerar transtornos de ansiedade", explica Meyer-Lindenberg.
Além disso, quem cresceu na cidade grande apresentava, sob estresse, em regiões específicas do cérebro, uma atividade semelhante à apresentada por pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia.
Pesquisa melhora planejamento urbano
Em todo o mundo, as cidades estão crescendo muito e se transformando. "Mas não existem ainda dados significativos de como uma cidade ideal deve ser quando se leva em consideração a saúde mental de seus habitantes", observa Meyer-Lindenberg.
Por isso, o especialista desenvolveu, em colaboração com geólogos da Universidade de Heidelberg e físicos do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, um dispositivo móvel que pode testar voluntários em diversos pontos de uma cidade. Assim, os pesquisadores podem testar o funcionamento do cérebro em lugares e situações diferentes, como num cruzamento ou num parque.
Planejamento de cidades deve levar em conta influência do estresse urbano no cérebro, dizem especialistas.
Juntamente com posteriores análises do cérebro dos voluntários, os pesquisadores esperam obter dados mais concretos de como o cérebro processa os diferentes aspectos da vida cotidiana nas cidades.
Os resultados dessa pesquisa poderão ser de grande valor para a arquitetura e o planejamento urbano, afirma Richard Burdett, professor de estudos urbanos da London School of Economics. Para ele, o neuro-urbanismo, uma nova área do conhecimento que estuda a relação entre o estresse e as doenças psíquicas, pode ajudar a evitar a propagação de doenças psíquicas nas cidades.
"Planejadores urbanos precisam ter em mente que devem encontrar o equilíbrio entre a necessidade de organizar muitas pessoas em pouco espaço e a necessidade de se criar espaços abertos", acrescenta.
"As pessoas precisam ter acesso a salas de cinema, encontrar-se com amigos e passear nas margens dos rios. Hoje esses aspectos são, muitas vezes, ignorados quando novas cidades são planejadas na China ou na Indonésia. Os arquitetos se preocupam com as proporções e as formas, e os urbanistas, com a eficiência do transporte público. Mas muitas vezes não temos ideia do que isso faz com as pessoas."
Autora: Lydia Heller (mas)
Revisão: Marcio Damasceno

 

sábado, 27 de outubro de 2012

Graça, Darcy e Lula


 

Enviado por luisnassif, sab, 27/10/2012 - 13:32


Hoje é aniversário de 3 dos maiores Brasileiros de todos os tempos: Graciliano Ramos,Darcy Ribeiro e Lula. Segue texto do ALAGOANO GRACILIANO como FORMA DE HOMENAGEM AOS 3.
abraços (Gabriel Ciríaco Lira)

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.
Depois enxaguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.
Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer." GR
Há quem pense que escrever é fácil. E é: basta juntar uma palavra atrás da outra, pesar, sopesar, ver se soa bem, se não se está dizendo besteira... Compliquei? É tão fácil dizer besteira. É tão fácil não dizer coisa nenhuma.
O que eu queria dizer é que é fácil escrever hoje, com o computador, que faz tudo por nós, ou quase tudo, facilita a vida que é uma maravilha. Eu queria ver você escrever no tempo de Graciliano, de Machado, Vieira, Santo Agostinho.
No tempo de Machado escrevia-se com pena de ganso – coitados dos gansos! Talvez de pato – e lixem-se os patos! Havia pouco e difícil papel, pouca e difícil pena – que, como o nome diz, doía. Havia pouca tinta, tudo tinha que se economizar: pena, papel e tinta – e, conseqüentemente, palavras, idéias, já que tudo era restrito.
Mas ao que sabemos, nem idéias nem palavras não se economizavam. Se tudo faltava naquele tempo, havia um elemento que sobejava: precisamente o tempo, o essencial, o ser responsável pela criação, pela elucubração do pensamento, o nó-górdio da questão.
Decifra-me, desata-me, corta-me com a espada ou com a técnica – e nada mais resta, e estamos no tempo da pressa, do descartável, do virtual. Ah, belos tempos em que se tinha tempo! O pensamento desenrolava-se palmo a palmo, pacientemente, no papel desdobrado na madeira carinhosa da mesa. A obra de arte era burilada interminavelmente.
Imaginem Vieira escrevendo, à luz da vela, cuidando para a pena de um bípede, o animal mais semelhante ao homem, porque se sustém sobre duas pernas e carrega uma cabeça pequena, de idéias, sobre a cabeça, cuidando para que a dor não respingue tinta no papel precioso, parando com a mão no ar e repetindo dezenas de vezes a frase que gravaria, repetindo até que soasse bem, com musicalidade, com harmonia de sons e idéias, dizendo exatamente o que pretenderia dizer, repetindo até a exaustão, tanto que, quando chegasse ao final do longuíssimo sermão, soubesse-o de cor, como o diria no púlpito.
Imaginem Agostinho escrevendo, nos estertores da Antiguidade, final do século IV, início do V, sob as espadas dos bárbaros destruindo os templos de Deus ou do saber, da palavra, considerada um ser vivo, de tão poderosa. Não ficava pedra sobre pedra do Império Romano, mas ficaria a obra que ele laboriosamente levantava com a pena – nem de ganso nem de pato! Imaginem escrever quando não havia sido inventada a tinta nem o papel e o escritor tinha que sofrer o martírio de esculpir a palavra mentalmente horas e horas antes de esculpi-la no pergaminho que se desenrolava gemendo sob seus dedos hábeis.
Dizem que Agostinho escreveu trezentas e trinta e duas obras, dizem outros que foram mais de mil e quinhentas, mas, em qualquer caso, escreveu muito mais e bem do que a maioria dos escritores, num idioma rude como o dos romanos, mas tornando-o maleável, apto à perquirição filosófica, e poético, porque se encantava com as palavras e com a beleza do que dizia.
Como um pobre escrevinhador de hoje se sairia dessa empreitada colossal, acima das forças humanas, que era escrever? Escreveríamos? Acomodados à facilidade do computador, conseguiríamos desenvolver essa habilidade tão primária que parece estarmos pela primeira vez na história formulando uma frase, gravando-a de forma que transmita uma idéia, torne-a viva, e que as suas palavras soem com beleza, como se para esse encantamento fossem feitas?
Tornou-se tão sofisticado e artificial escrever, que só mesmo lembrando as lavadeiras de Graciliano. Um viva à simplicidade do mestre, que busca na natureza as suas imagens, as suas parábolas. A comparação com as lavadeiras vale por uma parábola.
Fizesse o escritor com sua página escrita o que faz a lavadeira com a roupa suja à beira do riacho, que molha e torce, e novamente molha e torce, coloca anil, ensaboa, para de novo torcer e torcer, e, enfim, enxaguar, dar mais uma molhada, tirar a água excedente com a mão, surrar com raiva na laje, torcer novamente duas e três e mais vezes, até não pingar do pano uma só gota. Somente então pendura a roupa lavada para secar ao sol, sabendo que, por um acaso freqüente, uma sujeira de um bicho, da própria água, do vento, de uma distração, poderia levá-la a repetir toda a operação.
Acrescentei esse final, a parte que leva a repetir a operação, não para corrigir o mestre, que sabia disso, mas para alertar os leitores de que um texto muitas vezes sai falho, uma pequena sujeira pode levar os escritor a reescrever o texto – como a lavadeira a lavar novamente a roupa se descobriu uma pequena imperfeição.
E por fim a última lição do mestre: a palavra não foi feita para brilhar, mas para dizer. Amo a beleza da palavra, mas a sua função é, antes de tudo, dizer. Está bonito o texto, portanto bom? A beleza é enganosa, temos que nos lembrar de que o homem criou a palavra porque precisava dizer alguma coisa. O texto é belo e coerente com o quero dizer? Esta deve ser a questão.
Há quem pense que escrever é fácil. Vá lavar roupa na beira do rio para ver se é fácil."